A análise de Pedro Brito, Associate Dean & CEO da Nova SBE Executive Education
Os resultados deste barómetro mostram um País a viver um paradoxo curioso: acreditamos numa “Agenda Transformadora”, mas continuamos a pedir ao Estado que nos transforme. Enquanto 68% dos inquiridos identificam o Governo como o principal influenciador da economia, apenas 33% apontam a formação e requalificação como prioridade para resolver a escassez de talento. Falta-nos perceber que a verdadeira transformação não é administrativa, é humana. A IA já está presente em 95% das empresas – mas será que está mesmo a mudar a forma como lideramos, aprendemos e decidimos? Digitalizar sem regenerar cultura é maquilhar ineficiência. O futuro da competitividade portuguesa dependerá da velocidade tecnológica, mas sobretudo da capacidade de criar líderes e equipas capazes de aprender mais rápido do que o contexto muda. A ambição nacional mede-se pela capacidade de nos focarmos no que cria valor. Isso só será possível através de lideranças conscientes, capazes de unir propósito e execução. É tempo de deixarmos de esperar que o Estado simplifique e começarmos a simplificar a forma como lideramos, decidimos e crescemos. Porque a verdadeira Agenda Transformadora começa dentro das organizações – e, acima de tudo, dentro de cada um de nós.
Testemunho publicado na edição de Outubro (nº. 235) da Executive Digest, no âmbito da XLIV edição do seu Barómetro.














